O corpo todo dói e não é coisa da sua imaginação.
A fibromialgia consiste em uma doença crônica caracterizada por dores constantes que pioram ao toque e surgem em vários pontos do corpo como nuca, ombros, quadris, tornozelos, cotovelos, joelhos. Sua prevalência aumenta com a idade e estima-se que por volta de 3% da população sofra desse problema.
Essas dores geralmente são acompanhadas por fadiga, rigidez matinal, dores de cabeça, síndrome do intestino irritável, ansiedade ou depressão. Esses sintomas reduzem a qualidade de vida geral pois tem impacto significativo nas funções básicas, como sono e capacidade cognitiva.
Existe cura?
Até o momento o tratamento mais efetivo consiste numa abordagem integrativa que envolve mudança de hábitos e estilo de vida, que incluem o comportamento alimentar e ingestão de nutrientes.
A causa da fibromialgia ainda é desconhecida, contudo ela está fortemente associada à inflamação pelo excesso de peso e aumento de marcadores inflamatórios. Por exemplo, um estudo de meta-análise verificou que pacientes com fibromialgia apresentam maiores níveis de marcadores inflamatórios, verificando uma associação entre os sintomas clínicos com a resposta inflamatória. A boa notícia: a alimentação pode ser um método útil para controlar esses gatilhos de inflamação.
Excessos e carências de nutrientes
O excesso de gorduras saturadas e carboidratos pode formar substâncias que ativam o sistema imunológico, estimulam danos celulares e a inflamação. Um grupo de pesquisa avaliou a relação dos sintomas da fibromialgia com vários padrões alimentares e verificou que as pessoas que comiam mais carnes processadas, bebidas açucaradas e frituras eram mais propensas a sentir dor do que aquelas que comiam menos esses itens. Enquanto as pessoas que apresentavam uma alimentação baseada em plantas, composta principalmente por vegetais/frutas frescos e feijões tiveram menor risco de sentir dor.
É intrigante ver que também dois grupos de pesquisa encontraram associação positiva do consumo de proteínas com a fibromialgia, ou seja, que quanto maior a ingestão de proteínas, maior a presença e intensidade das dores. Proteína é nutriente essencial a vida, contudo, nos estudos futuros é necessário avaliar separadamente a associação das proteínas de origem vegetal e animal com a fibromialgia.
Por outro lado, a menor ingestão de micronutrientes como fósforo, ferro, zinco, vitamina B1, vitamina B6, folato, vitamina C, magnésio e cálcio foi correlacionado com a presença e intensidade da dor. Essas descobertas apoiam a relevância potencial da alimentação na gravidade dos sintomas e nos níveis de dor em pacientes com fibromialgia.
Uma curiosidade: a vitamina B6 de fato pode melhorar os sintomas da fibromialgia, pois ela atua como um analgésico minimizando os limiares da dor, através de vias anti-inflamatória e antioxidante. As principais fontes na alimentação baseada em plantas incluem: gérmen de trigo, noz, avelã, amendoim, batata assada, farinha de mandioca, abacate, semente de girassol.
Nutrição aliada no tratamento
Níveis elevados de Índice de Massa Corporal (IMC) têm sido diretamente ligados ao aumento da dor e do estado funcional em pacientes com fibromialgia. Mas existe impacto positivo entre a redução de peso e massa magra na diminuição da inflamação.
Estudos de revisões sistemáticas demonstraram que as dietas baseadas em plantas levam a uma maior perda de peso, gordura visceral, lipídios no sangue, marcadores de estresse oxidativo, medicamentos e dores na fibromialgia. E foi associada a concentrações séricas mais baixas de marcadores inflamatórios como a proteína C reativa, fibrinogênio e leucócitos totais, quando as pessoas seguem essa dieta por pelo menos 2 anos.
Além disso, verificou-se que, uma vez terminada a intervenção com uma dieta baseada em plantas, os efeitos benéficos desapareceram com o tempo ao retornar à dieta onívora habitual. Esses resultados devem ser levados em consideração na avaliação desse tratamento nutricional como solução para redução dos sintomas da fibromialgia, pois se a adesão não for adequada ao longo do tempo, a melhora da qualidade de vida pode não ser potencializada em longo prazo.
Os benefícios do padrão alimentar baseado em plantas nos sintomas da fibromialgia devem-se principalmente ao suprimento de nutrientes que eles fornecem. Essas dietas consistem principalmente em vegetais, frutas, feijões, castanhas e sementes, legumes e grãos integrais. Portanto, eles fornecem altos níveis de fibras, vitaminas, antioxidantes e compostos bioativos em comparação com a dieta onívora. Esses nutrientes neutralizam a inflamação e estresse oxidativo produzido pela nutrição inadequada e levam a uma melhora significativa da dor, qualidade do sono, distúrbios psicológicos como ansiedade e depressão, estado geral de saúde e qualidade de vida na fibromialgia.
Uma dieta saudável é essencial. A American Dietetic Association afirma que as dietas baseadas em plantas, como vegetarianas ou veganas são saudáveis, nutricionalmente adequadas e proporcionam benefícios à saúde na prevenção e tratamento de doenças.
Minha missão pra você
Avalie seus sintomas da fibromialgia nos últimos tempos, em seguida substitua os alimentos de origem animal do seu cardápio por 30 dias, realize exercícios pelo menos 3X na semana durante esse período e reavalie os sintomas. Tenho certeza, os sintomas vão entrar em remissão e sua qualidade de vida vai melhorar muito.
Se você deseja minimizar as dores da fibromialgia e resgatar sua energia, disposição e qualidade de vida entre em contato comigo. Vou te apresentar uma proposta de acompanhamento nutricional especial para solucionarmos seu caso clínico.